Quais as razões do convite do PSD de Vila Viçosa ao Dr. Telmo Faria, Presidente da Câmara Municipal de Óbidos para falar sobre este tema?
- Porque Vila Viçosa está estagnada na economia, decadente na cultura, no turismo e comércio.
- Porque é fraca a retenção de turistas em Vila Viçosa, fruto do esgotamento de um ciclo de gestão autárquica da CDU que nos últimos 12 anos foi incapaz de associar a cultura e o património ao turismo e ao lazer.
- Porque a inércia da gestão autárquica é mais que evidente em Vila Viçosa, onde nada acontece culturalmente relevante e que chame a atenção do distrito, do Alentejo ou do país.
Ora, a candidatura autárquica do PSD a Vila Viçosa quer fazer da associação entre as indústrias da cultura e do património, e o turismo, um dos pilares estruturantes do modelo de desenvolvimento para o futuro de Vila Viçosa.
Vila Viçosa, precisa de atrair mais visitantes e reter turistas por mais tempo.
Vila Viçosa, que tem por hóspede a Padroeira de Portugal, merece um lugar mais relevante e destacado no mapa do turismo cultural e religioso de Portugal. Mas tem que o conquistar.
E com esse turismo, beneficiar também a competitividade da indústria dos mármores, do artesanato e artes do mármore, do comércio, da hotelaria, da restauração.
Esta perspectiva de encarar o futuro dos concelhos nem sempre encaixou bem na matriz do PSD, e durante muitos anos assistimos mesmo a uma apropriação quase que exclusiva da cultura enquanto pilar do desenvolvimento local pelo PCP/CDU.
Mas há concelhos onde autarcas do PSD mostraram que cidades e vilas estagnadas como esta, podem em pouco tempo recuperar uma trajectória ascendente, a partir da cultura como motor!
Mostraram também que a fórmula encontrada não tem que estar catalogada no já mais que gasto manual dos controleiros do desenvolvimento local dos anos 80 que alguns outros ainda seguem sem se desviarem um milímetro e que levam os concelhos a uma monotonia agoniante onde a criatividade e a inovação não encontram terreno para vingar.
Entre esses autarcas do PSD, destaca-se o Dr. Telmo Faria, que mostrou que existem soluções diferentes do habitual, que introduziu no léxico da gestão autárquica termos e expressões como criatividade, economias criativas, indústrias criativas, todas eles resultantes de uma gestão que se esforça por não copiar, por se basear menos no livro de receitas e mais na ousadia das soluções não experimentadas.
O que pode o Dr. Telmo Faria partilhar com Vila Viçosa:
O que é isso afinal das vilas ou cidades criativas? E as indústrias criativas? Qual o papel e o contributo das indústrias criativas para a Economia da Cultura?
São um exclusivo das grandes cidades e dos grandes centros urbanos, ou também podem construir-se e afirmar-se no interior do país, aqui, no Alentejo?
Quais são as oportunidades económicas e de emprego que isso gera para os territórios concelhios? Esse modelo de desenvolvimento é viável em tempo de crise como aquela que vivemos? Reage melhor às crises e diminuem os seus efeitos?
Quais são os factores críticos para o sucesso desse modelo de desenvolvimento local?
São as autarquias locais os agentes mais indicados para liderar os projectos deste modelo? Como devem os autarcas lidar com a criatividade? Qual o modelo de governação local que a criatividade exige e prefere? Que papéis para a administração local?
A criatividade esgota-se na inovação? Ou também se pode criar a partir do que está feito?
O modelo de desenvolvimento de Óbidos e o seu modelo de gestão autárquica não são receitas a decalcar em Vila Viçosa, mas sem dúvida que são uma referência a ter presente e um exemplo de boas práticas.
Como é fácil perceber, Vila Viçosa tem um desafio pela frente, a vencer com urgência, porque estamos muito atrasados: construir uma oferta cultural e artística que estimule a oferta turística, a partir do riquíssimo património arquitectónico, monumental, religioso, cultural (incluindo o industrial) com história.
A promoção e valorização desses recursos são determinantes e é possível apontar já casos exemplares de iniciativa, como o Solar dos Mascarenhas, no domínio da reabilitação urbana.
Mas, na mesma Rua morou a poetisa Florbela Espanca, e deu-lhe nome, e nela nasceu o pintor Henrique Pousão e muito mais há a fazer, e aqui entra a Câmara Municipal.
A Rua Florbela Espanca deverá assumir-se como uma artéria eminentemente cultural, berço de ilustres calipolenses reabilitada urbanisticamente, o que exige um empenhamento da Câmara Municipal, em 3 frentes:
- A recuperação do imóvel de Florbela Espanca e a criação de uma Casa Museu;
- A recuperação das antigas instalações dos Bombeiros para Biblioteca Municipal e espaço de trabalho de grupos de teatro e outras artes, junto a variadas associações juvenis e sociedades recreativas já existentes;
- A adaptação do imóvel onde nasceu Henrique Pousão a uma Loja de Informação Turística e Cultural: exposições artísticas, acolhimento e informação turística, centro interpretativo histórico-cultural, sanitários públicos, …
O Dr. Telmo Faria mostrou as provas que o PSD já deu em Óbidos de que é possível fazer da criatividade aplicada às actividades culturais um dos pilares de um modelo de desenvolvimento local de sucesso.
E em VV, também é possível atrair mais visitantes e agradar aos turistas por essa via? É, porque o PSD de VV tem propostas fundamentadas, diferentes e com alguma criatividade.
Uma delas é a transformação da Praça da República num Parque Urbano de Lazer e fruição Histórico-Cultural, com animação cultural ao longo de todo o ano por diversos momentos de apropriação cultural do espaço público em torno de Florbela, Pousão, Públia Hortênsia de Castro e Bento de Jesus Caraça.
No entanto, mesmo com frenesim cultural, é impossível compensar em 4 anos de mandato autárquico, marcados pelo signo da crise, a inércia do que outros nem sequer ousaram tentar em 12.
Mas há coisas que são básicas, e que não só é possível, como é obrigatório resolver:
Então o funcionamento em pleno do Cine-Teatro Florbela Espanca como sala de espectáculos multifuncional (cinema, teatro e música, … pelo menos), com gestão artística autónoma, estabelecendo parcerias com agentes culturais/produtoras/associações, para garantir uma programação regular e diversificada que contribua igualmente para a formação de públicos, realizando espectáculos seguidos de debates, conversas e tertúlias com actores, realizadores, produtores, bailarinos, encenadores, será assim tão difícil e tão exigente em criatividade para não estar conseguida ao fim de 12 anos de mandato da CDU?
Também é possível, em 4 anos apenas fazer coisas com criatividade, para atrair mais visitantes e reter turistas durante mais tempo em VV, com uma equipa de autarcas jovens, mas experientes, competentes e desprendidos do controlo do poder:
É possível estimular a partir da Câmara Municipal uma agenda cultural criativa, regular, e coordená-la com as entidades e associações juvenis, culturais, recreativas e desportivas locais, divulgando-a pelo concelho através de painéis informativos e para exterior pela via digital. É o mínimo que se pode pedir a um concelho que não tem agenda cultural. Um Conselho Municipal de Cultura também.
Em algo mais do que 4 anos, já seria possível ensaiar os primeiros passos do turismo industrial com o sector dos mármores, pensar a construção de um parque de auto-caravanas, aproveitando o potencial de procura do turismo cultural vindo do Centro e Norte da Europa, estimular uma fábrica de artes enquanto espaço de criação jovem e centro de negócios criativos, onde se proporcionem condições de instalação para os jovens artistas do concelho e se possa convidar artistas de nome nacional e internacional das artes plásticas e multimédia, a música e a dança em parceria com instituições de ensino profissional artístico, como forma de ampliar a oferta formativa regional, fixar os jovens e diversificar o tecido empresarial, revitalizar projectos de arquitectura religiosa.
Pelo atraso que levamos de outros concelhos, há que não ter medo de ensaiar, sem demoras, algumas coisas, logo num primeiro mandato autárquico, correndo o risco de ter que insistir em melhorar mais tarde.
Não existem fórmulas infalíveis, mais ainda quando se trata de criatividade. Mas, sinceramente vos digo que parece fazer todo o sentido experimentar montar um grande evento e material promocional tendo Florbela Espanca como figura central, símbolo nacional da poesia e da defesa dos valores feministas, com convites a homens e mulheres da literatura, artes plásticas e música, memorizando a figura e criando novas obras.
Nem todo o cidadão tem que ser criativo, mas não se pode desculpar os gestores municipais que não o sejam, ou quem troque a tentativa pela inércia.
Nós, PSD, estamos preparados para tentar, para recomeçar e melhorar a cada tentativa, porque temos o espírito aberto à participação e ao contributo de todos, porque sabemos para onde queremos ir e já traçámos o caminho que queremos pisar.
O futuro não se prevê, prepara-se. E o futuro de Vila Viçosa é demasiado importante para não ser preparado e devolver a esta vila a dignidade e o orgulho numa terra que não é qualquer uma: é a Princesa do Alentejo.
Porque é possível uma Vila Mais Viçosa, fica o contributo do PSD.
2 comentários:
é bom ver que alguém olha para a cultura e turismo com proactividade... receber turistas não é só esperar que eles "cá venham" é preciso "chamá-los"..
Em relação á loja turistica penso que a localização da mesma deveria ser o mais proximo possivel do palacio, pois é aí que se concentram a maior parte dos turistas, das excursões etc... é nesse ponto que seria necessário cativá-los a visitar outros pontos da vila e do concelho a passar mais algum tempo na vila ou no concelho... talvez não seja facil implantar uma loja dessas na zona do paço ducal, mas quanto a mim seria a zona ideal...
tam de se ir ao encontro dos turistas e não esperar que eles venham ao nosso encontro...
Vila Viçosa é, como se vê, todos os fins de semana, visitada por centenas de turistas que, na sua maior parte, passam,visitam e vão embora;
-Ao Domingo cafés fechados;
-Aos feriados Palácio e museus fechados;
-Hotéis de média classe só em Elvas ou Évora;
Mataram com o chico espertismo tradicional Portugu~es uma galinha de ovos de ouro, a Mármore; qualquer dia matam a do Turismo;
Quanto á zona da Rua Florbela Espanca estou de acordo que aquela Rua como a Rua de Cambaia e a Praça da República, nos meses de Verão, deveriam ser fechadas a trânsito a partir da 20H, ( fecho do comércio até ás 02H da manha~( fecho dos bares);
Estes espaços deveriam ter animação de rua e especialmente na Rua Florbela ESpanca aproveitar os antigos Bombeiros e demais casas históricas para abrir exposições/Museus etc. mas a funcionar até ás 22h pelo menos no periodo de Verão;
O acesso a viaturas estaria limitado aos residentes, em caso extremos, nesses horários;
Afinal sabe-nos a todos bem ir passear para o Algarve ou outros locais e andar á vontade, porque não na nossa terra?
Não me parece que, independentemente da pessoa, uma governção Comunista faça isto;
Está nas nossas mãos mudar.
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