A Zona dos Mármores (ZM) compreende um conjunto de concelhos alentejanos onde os estabelecimentos industriais têm maior dimensão empregadora e assumem maior relevância no contexto do mercado de trabalho alentejano, sendo que alguns deles chegam mesmo a assumir um papel empregador do sector secundário entre os trabalhadores por conta de outrem de cerca de quase 2/3, relegando o sector terciário para metade desse peso.
Pela sua natureza, o sector da pedra natural, explorando recursos naturais regionais, não é deslocalizável, ao menos na actividade extractiva, nem depende das vontades e condicionalismos alheios das multinacionais (ex. do automóvel e da electrónica) e que tanta dependência deixaram de rasto em países e regiões até há pouco vistas como modelos de uma suposta modernidade sem enraizamento local.
Até finais de 2008, o desemprego não se fez sentir de forma acutilante e generalizada na Zona dos Mármores, fruto da vocação exportadora do sector dos mármores que permitiu em alguns dos concelhos da mesma uma (re)orientação das empresas para certos nichos de mercado onde os preços de matérias primas como o petróleo têm permitido a manutenção de elevados padrões de qualidade de vida e de crescimento económico.
O sector dos mármores sofreu uma quebra significativa ainda antes da crise financeira internacional e, em consequência, reajustou-se, reduziu o número de unidades produtivas na extracção e transformação, reduziu mão-de-obra, tendo muita desta feito a sua transição para a reforma (pela via da pré-reforma), diluindo o impacto no desemprego ao longo do tempo.
De repente, eis que as sirenes disparam com os números do desemprego de Março de 2009, revelando um crescimento fortíssimo no primeiro trimestre de 2009 e um acréscimo significativo dos níveis face a 2005, início da governação socialista, afectando particularmente os homens, os jovens com menos de 25 anos, mesmo que tenham qualificações de nível secundário e, pior ainda, se tiverem completado o ensino superior e pretenderem continuar a residir e trabalhar no seu concelho de nascimento.
A crise financeira internacional faz sentir os seus violentos efeitos e o seu prolongamento no tempo acarretará, a prazo, uma degradação do mercado de trabalho da Zona dos Mármores, especialmente para os trabalhadores mais jovens que ainda restam nos concelhos do território, sendo por isso um desafio para os próximos anos a manutenção dos níveis de emprego e o apoio à consolidação e crescimento das unidades produtivas existentes.
Vencer o desafio de estacar a ameaça de desemprego que paira sobre um território de baixa densidade que figura entre os mais pobres de Portugal e da União Europeia, exige do Governo uma intervenção urgente no “cluster” da Pedra Natural, à semelhança dos planos já anunciados para outros sectores (automóvel, madeiras, …), por se tratar de um sector de vocação exportadora e determinante no emprego do território, cuja manutenção carece de apoio urgente às unidades produtivas do sector extractivo e transformador.
Por outro lado, às autarquias locais cabe um papel mais activo nesta situação de emergência, concebendo políticas públicas locais que absorvam as verbas financeiras do QREN e dos PO’s Temáticos e Regional, sobretudo nas áreas relacionadas com a dinamização da actividade económica e a criação de emprego, com a urgência devida para enfrentar a crise.
Montar, articular e gerir parcerias estratégias entre entidades públicas, associativas e privadas, que sustentem estratégias de eficiência colectiva para reforçar a capacidade de contrariar os efeitos da crise sobre a indústria dos mármores bem como sobre o comércio, a hotelaria e a restauração dos concelhos da Zona dos Mármores, eis a prioridade que deve ser encarada para os próximos anos, a iniciar rapidamente, pelos Serviços desconcentrados da Administração Pública e pelas Autarquias Locais.
José Palma Rita
4 comentários:
Arrelvamento Campo de futebol de Vila Viçosa - ano de 2005
Arrelvamento Campo de Futebol de Bencatel - ano 2009
Colocação do anuncio de construção da Biblioteca 2005
Anuncio de financiamento da Biblioteca - 2009
Estes anos não vos dizem nada? Já agora o lançamento da 1a pedra será em 2013?
12 anos foram insuficientes para dotar o concelho de uma Biblioteca?
Onde está o Cinema e o Teatro? Onde está a cultura?
12 anos já chega! Exige-se a mudança! é preciso um 25 de Abril em Vila Viçosa!
Apesar de não ser simpatizante de nenhum partido político em especial, sentido até por vezes algum descontentamento em relação a estes, tenho acompanhado com atenção a pré-campanha para a Câmara de Vila Viçosa.
Nesta fase, o candidato do PSD tem-me surpreendido positivamente por introduzir no debate questões estruturantes para o desenvolvimento do concelho.
Julgo que podemos estar perante alguém com pensamento estratégigo, capaz de entender, delinear e executar medidas que a médio prazo recoloquem Vila Viçosa no mapa da região.
A preocupação dos camaradas em perderem a câmara está a levá-los a retomarem as práticas ancestrais da sua ideologia.
Parece que, de forma amável, andam convidar toda a gente que lá trabalha para uma almoçarada!
Na URSS de então, Lenine e Estaline domesticaram o povo com um pouco de pão numa mão e com um pau na outra mão.
Não me parece que em Vila Viçosa, em pleno século XXI, cheguem lá assim...
Parabens Dr Palma Rita,
Dos 4 Candidatos foi o mais correcto e o unico a apresentar medidas concretas para Vila Viçosa.
Os outros entraram na habitual discussão do deita a abaixo, sem duvida que esteve muito acima dos restantes.
Mantenha-se assim, e acredito que a vitoria é possivel.
Força.
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